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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Cuidados com a postura podem evitar dores pelo uso constante do computador

Se você está lendo esta matéria, é porque está sentado em frente a um computador. Então, vamos propor que você faça uma auto-avaliação. Não se mova nesse momento, afinal de contas qualquer movimento pode interferir no resultado. Apenas perceba como está sua postura, qual é o alinhamento da sua cabeça, qual a posição do seu braço e como estão dispostas suas pernas. Percebeu? Agora, sim. Pode se movimentar. Possivelmente em algum desses quatro itens você teve vontade de se ajeitar na cadeira numa posição mais confortável. É normal, o que não quer dizer que é correto.

Há alguns anos o problema de doenças de esforço repetitivo e de força geradas pelo trabalho eram uma exclusividade de profissionais de linhas de montagem e da construção civil. Isso mudou. Com a disseminação do uso do computador e com a necessidade cada vez mais freqüente da sua utilização, colaboradores dos mais variados tipos de empresas são atingidos por inflamações e problemas relacionados à má postura.

Além da preocupação com regras específicas para medicina do trabalho impostas pela Legislação Trabalhista vigente, um fator que desertou as empresas para esse tipo de serviço é o aumento da produtividade. “Um funcionário sem dores e com um ambiente confortável produz em maior quantidade e com muito mais atenção. Os incômodos posturais, por exemplo, desviam a atenção e o foco, podendo causar até erros nos processos que estão sendo realizados”.

Confira abaixo algumas dicas das fisioterapeutas para melhorar seu dia-a-dia com adaptações, ações simples, atenção nos movimentos e adoção de posturas que você realiza.

Cadeira de “Chefe”

É um engano pensar que as cadeiras com encosto inteiro – aquelas geralmente utilizadas por executivos – dêem mais conforto. É importante que as cadeiras tenham um intervalo entre o encosto para as costas e o assento para melhor acomodar o glúteo, que deve ficar num ângulo de 100º a 110º com o tronco.

A postura da coluna tem um papel fundamental para evitar dores. “É só pensarmos o seguinte: a cabeça de uma pessoa adulta pesa de 3kg a 4,5kg. Todo esse peso deve estar alinhada dentro do eixo vertical, gerando boa postura e com ela conforto, evitando pressão sobre as vértebras da coluna”.

Braços: um dos principais alvos de dor

Para quem trabalha com o computador, a dor mais freqüente é nas regiões de ombros e pescoço, de maior tensão por tempo de permanência em postura estática, também nos antebraços. As utilizações do tempo do teclado e do mouse aumentam o perigo nessas áreas. Para evitar problemas, o conselho é buscar manter o ângulo de 90º entre o antebraço e cotovelo. Outro ponto importante levantado pelas fisioterapeutas é a altura da mesa. “Se a cadeira e a mesa estão em alturas inadequadas e desalinhadas, o colaborador vai acabar exercendo um posicionamento do braço que gera pressão sobre os punhos, que possuem estruturas sensíveis”.

Apoiadores de mouse e teclados são indicados para diminuir os riscos, mas devem ser comprados com acompanhamento de profissionais. É preciso avaliar todo o ambiente para prover uma solução completa para o funcionário.

Postura correta

Abaixo, a fisioterapeuta do trabalho Claudia Wanderck demonstra quais são as posturas corretas para utilização do notebook e do computador tradicional.



Antebraços e pernas

Veja o que é certo e o que é errado no posicionamento do antebraço e das pernas





Alongamentos


Veja alguns alongamentos simples que você pode fazer durante das pausas. Lembre-se! São cinco minutos a cada hora de digitação contínua.





NTEP: empresas devem ficar atentas às determinações do INSS com relação aos funcionários

A partir de abril de 2007, o INSS passou a aplicar o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP). O NTEP consiste no estabelecimento de relação de causalidade, por presunção, entre determinadas doenças com certas atividades econômicas. Cada doença possui um código internacional, conhecido por CID. O mesmo ocorre com as atividades econômicas, que, no Brasil, são classificadas pelo CNAE. Denilson de Paula, sócio do escritório Pabst & Hadlich Advogados, explica as alterações da legislação estão baseadas em análises epidemiológicas. “Constatou-se que certas doenças eram mais freqüentes em trabalhadores de determinadas categorias econômicas”, comenta o advogado. Até então, a concessão pelo INSS do benefício acidentário dependia da emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) pelo empregador.

“Atualmente, apesar de a CAT continuar sendo documento de emissão obrigatória pela empresa, o INSS passou a fazer correlação automática entre a doença e o trabalho”, explica Denílson.

Segundo o advogado, caso o empregador não concorde com o posicionamento do INSS, poderá apresentar defesa, no prazo de quinze dias após a data para a entrega da GFIP. “Por envolver questões multidisciplinares, é recomendável que a defesa seja elaborada com assessoramento da área jurídica e de segurança e medicina do trabalho”, comenta.

Para evitar transtornos judiciais e financeiros com o NTEP, ele lista três orientações que são repassadas aos clientes do escritório: “a primeira é investir, sim, em segurança para o funcionários e medicina do trabalho. O segundo é implantar a ginástica laboral, que além de proporcionar a realização de exercícios dirigidos ainda conscientiza sobre os cuidados posturais e, por fim, realizar inspeções ergonômicas através de visitas de profissionais habilitados para incentivar a mudança de hábitos”.

Pausas fazem toda a diferença

Uma das dicas mais comentadas a respeito de qualidade de vida no trabalho é realizar pausas na utilização do computador com exercícios de alongamento e distensionamento. E não é por acaso. “Quando o profissional realiza estas pausas periódicas, ele estimula a circulação sanguínea e alonga e distensiona alguns músculos que ficam geralmente estáticos. Os resultados são muito bons”, comenta Kelly.

A fisioterapeuta aconselha pausas de hora em hora para funções que exijam digitação constante. O tempo da pausa é de, no mínimo, cinco minutos. “O máximo de tempo que uma pessoa deve ficar sentada em frente ao computador é duas horas”, complementa ela.

Alongamentos
Durante as pausas, além de andar e ficar em pé, Claudia aconselha a realização de alguns alongamentos, que ajudam na prevenção de problemas osteomusculares. Eles podem ser feitos mesmo sem a presença constante de um fisioterapeuta, e atuam para evitar lesões ou doenças mais sérias.

Na apresentação disponível ao lado, você confere alguns posicionamentos que auxiliam na prevenção de dores e problemas de saúde no trabalho.

Stress causa problemas, sim

Se a grande exposição a trabalhos de esforço físico e repetitivo diminuiu, a cobrança e os problemas relacionados ao stress aumentaram muito. Engana-se quem pensa que ele não age também nas dores posturais. “Quando alguém fica muito tempo numa situação de stress, acaba facilitando a mudança para uma postura errada, além de gerar uma pressão em pontos no músculo trapézio onde essa sensação atinge com facilidade a região de ombros e pescoço, por exemplo”, explica Kelly.

Pés no chão

Manter os dois pés no chão não é uma realidade que precisa ser vivida apenas nos negócios. É importante que, para evitar dores e problemas posturais, o profissional que está sentado em frente ao computador mantenha as plantas dos pés apoiados. Se preciso, com apoios de altura regulável. “O ângulo do joelho precisa ser de 90º”, comenta Claudia. Manter as pernas cruzadas ou sentar em cima de uma delas é um erro comum com conseqüências graves, especialmente para a circulação.

As pausas, se realizadas corretamente, evitam uma série destes problemas. “Ao se levantar da cadeira, você estimula a circulação e relaxa a musculatura”, coloca Claudia.

Longe do ambiente de trabalho

Não é só durante o expediente que se pode realizar ações para melhorar a qualidade de vida no ambiente corporativo. Outras atividades também podem influenciar (e muito!) o seu dia-a-dia no escritório. A primeira delas é a realização de alguma atividade física. “Colaboradores que fazem algum tipo de exercício físico fora do local de trabalho têm uma resistência muito maior a problemas osteomusculares do trabalho, já que sua musculatura é trabalhada mais constantemente”, explica Kelly.

Beber no mínimo dois litros de água por dia também é muito importante. “O líquido atua diretamente nos discos intervertebrais da coluna e auxiliam na prevenção e tratamento de problemas”, afirma Claudia. Para quem tem problemas vasculares o consumo é ainda mais importante.

Às oito horas diárias de sono também são fundamentais. Mas não é simplesmente dormir em quantidade: é preciso qualidade no sono. “A postura do sono é importante. Durma sempre de lado, com um travesseiro entre as pernas ou abraçado a ele e não coloque as mãos embaixo da cabeça”, diz Claudia.

Outra dica importante é a altura do travesseiro. “Para medir o tamanho da peça encoste seu ombro na parede e meça a distância até a orelha. Este é o tamanho ideal”, comenta Claudia. Quanto a composição, ela aconselha que vá até uma loja especializada e prove os diversos tipos para sentir qual traz o maior conforto. O tamanho do travesseiro que deve ficar entre as pernas também varia: quando maior o quadril da pessoa, maior deve ser a peça.

Fonte: profissionaisti

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